Falando sobre beleza, raça e respeito com os pequenos
Educação

Falando sobre beleza, raça e respeito com os pequenos

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Hoje é dia 20 de novembro. Em algumas cidades brasileiras é feriado, em outras, embora não se comemore dessa forma, ainda assim é um dia dedicado a celebrar a memória de Zumbi dos Palmares, um importante representante da luta negra na época da escravidão.

Celebrar, ano após ano, a Consciência Negra é uma importante ferramenta de promoção de igualdade e respeito para milhares de pessoas. A data questiona, debate e conscientiza sobre a participação do negro em nossa sociedade. Relembrar as questões históricas que constroem essa representatividade e, sobretudo, garantir os direitos fundamentais desses cidadãos. E é construindo novas atitudes desde a infância que será  possível transformar o futuro, reconhecendo os prejuízos de um preconceito velado, porém presente na vida de muita gente.

Como falar sobre isto com as crianças?

Conversar sobre racismo, começa, antes de qualquer coisa, falando sobre as diferenças. Principalmente, sobre o respeito à todas elas. O racismo, por inúmeras razões históricas, exige ainda mais atenção e, principalmente, uma mudança no olhar que começa na infância.

Seja com as crianças negras ou brancas ou amarelas ou pardas, ensinar sobre representatividade é mostrar que a pluralidade é linda e extremamente encantadora.  

Durante muito anos, era quase impossível encontrar nas prateleiras brinquedos que fizessem referência à negritude e seus traços culturais. Essa realidade, embora lúdica, fortalecia a anulação da presença negra na sociedade. Afinal, se 54% da população é negra ou parda, por que nossas bonecas sempre são brancas, de olhos claros e loiras? Se 54% da população brasileira tem os cabelos enrolados ou crespos, por que nossas crianças brincam com bonecos de cabelos lisos?

Não se trata, apenas, de levantar críticas ou questionamentos, a influência desta característica social toca algo profundo e particular: a autoestima.

Valorizar a beleza negra é o primeiro passo contra o racismo, e torna-se ainda mais potente quando naturalizada desde a infância. A negritude é repleta de qualidades e belezas tão lindas quanto todas as outras raças e cores.

Não há nada mais potente para se enxergar com amor próprio do que se reconhecer nas vitrines e nas prateleiras. Acreditar que seu cabelo, assim como todos os outros, é digno de admiração. Perceber que sua cor de pele não é símbolo de inferioridade nem defeito, mas sim, mais uma caprichosa expressão do ser humano.

Um futuro melhor começa com uma nova geração que saiba se encantar com a pura e simples manifestação da diversidade

Que tal mudar um pouco o presente de Natal deste ano?