Bebê Musical por Roberta Araujo
Educação

Bebê Musical por Roberta Araujo

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Na minha infância, aprendi a tocar piano. Achava mágica a habilidade de olhar uma partitura e de lá “tirar” uma música, fazer parte de um seleto grupo que desvenda os mistérios de uma verdadeira linguagem. Depois, tentei tocar violão. Que difícil fazer pestana! Tocando ou não instrumentos musicais, a música sempre fez parte do meu mundo. Na época da fita cassete, ficava de ouvido grudado na rádio esperando tocar aquela sequencia especial de músicas para gravar. Com o surgimento do CD, passei a comprar vários álbuns dos meus artistas preferidos. Ainda hoje isso acontece: a tecnologia pode ter avançado, mas o fato é que ainda canto e me empolgo ouvindo música.

Sempre gostei de assistir filmes que tenham como temática o universo musical. Lembro de uma cena do filme “Mr. Holland, adorável professor”, em que o casal coloca músicas para o bebê – que ainda estava na barriga da mãe – ouvir. Muitos anos depois, isso aconteceria conosco e a emoção é indescritível!

De mãe para filho

Desde o comecinho da gravidez, Rodrigo e eu colocávamos músicas para o Max ouvir. É incrível perceber a reação daquele ser pequeninho, que está ainda se desenvolvendo dentro de você. A cada música, uma reação diferente: sim, não era qualquer som que fazia o Max chutar! Afinal, ele já tinha seu gosto musical, sua personalidade! Eu me lembro de uma noite em que fui assistir a um musical sobre a história da Bossa Nova: como o Max chutou! Agora, sempre que eu colocava para tocar Bon Jovi (minha banda internacional preferida), ele nem se mexia! De início, achei que era coincidência… depois, fiz o teste: troquei o som do Bon Jovi pelo som do Djavan e aí foi uma sequência de chutes! Aliás, Djavan era um som que sempre tinha – e tem – aqui em casa. Rodrigo sempre toca no violão e eu o acompanho (ou, pelo menos, tento) cantando.

O meu trabalho de parto começou com música: em um domingo ensolarado, fomos assistir à Orquestra Sinfônica. Max já começou a se manifestar – mais do que o costume – e não parou durante todo o evento. Acho que ele deve ter pensado: “uau! Que som incrível, acho que agora é o momento de ir até aí conhecer vocês”.

Música na infância

Max nasceu e vive cercado por música: o papai músico sempre toca para ele, eu sempre arrisco uma cantoria e, volta e meia, ouvimos músicas de vários estilos. Quando Max era recém-nascido, o Rodrigo fez até uma playlist de jazz. Max dormia tranquilamente, de tão relaxado que ficava. Nos meus braços, Max é o meu par para dançar de rostinho colado ao som de um pagodinho ou um samba. Na hora do agito, ele adora o Bruno Mars. Ah, também tem os dias em que sentamos no sofá e assistimos a uns clipes de heavy metal – ele prestou bastante atenção no  documentário do Sepultura, por exemplo.

Neste ambiente totalmente musical, percebo o quanto ele é estimulado a todo momento. A nossa casa já virou um verdadeiro estúdio: bateria, xilofone, violão, teclado… tem de tudo por aqui e o Max vai para lá e para cá, alternando os instrumentos. Isso é uma das coisas que mais adoro: vê-lo tão contente no meio de tanta música.

O texto da minha última coluna foi sobre “máquina do tempo”: a música – assim como a fotografia – nos transporta para momentos que vivemos. Aqui em casa nós três já temos várias músicas que nos remetem às fases do Max até o momento e esta playlist só irá crescer com o passar do tempo. Essa é uma das dicas que eu dou para os papais e as mamães: crie um ambiente musical para seus bebês. São inúmeros os benefícios da música para os pequenos e pequenas: música é diversão, desenvolve a imaginação, estímulos cognitivos e o mais importante: a música nos proporciona momentos inesquecíveis em família.

Advogada e mestranda em Direito. Criadora do Justa Causa (@justa.causa), que busca levar conhecimento jurídico ligado à arte a todas as pessoas. Carioca, feminista, mãe do Max, que ama o cinema e a literatura e luta para vivermos em um país igualitário e livre de preconceitos.