Cultura: uma ferramenta de desenvolvimento do saber desde a infância
De acordo com dados do IBGE (pesquisa de 2016), 64,7% dos brasileiros estão conectados à internet. Esse aspecto desperta uma nova dinâmica para o processo de formação da nossa sociedade, pois utiliza da exposição e do acesso à internet como ferramenta de alcance. Hoje, todos podem ter acesso às mais diferentes expressões culturais de norte a sul, de leste a oeste do planeta.
Justamente, não é mais possível pensar uma educação para as crianças que não incorpore essas tantas manifestações ao processo de aprendizado. Em um país tão grande como o nosso, com características tão acentuadas de miscigenação, ignorar esta diversidade é desconsiderar sua própria história, sua potência crítica e a força da diferença na construção do saber.
Falar de cultura, assim, tão cedo?
Sim, falar sobre cultura desde cedo para as crianças é como falar sobre andar, comer e brincar, ou seja, processos naturais. A cultura é parte vital do ser humano; fenômeno presente desde o nascimento, assim que respira inserida em uma realidade de costumes e hábitos. Da roupa que veste, do alimento que consome à religião que cultua, tudo diz respeito à cultura como uma estampa dos valores familiares e sociais.
Embora muitos assimilem cultura à natureza intelectual, essa visão é mais uma consequência do que uma justificativa para não acessá-la. Significa que não precisa ser inteligente ou culto para usar (e abusar) do conhecimento cultural. Essa tal formação intelectual é um resultado diário de aprendizados que vão se somando e arquitetando um ser humano mais consciente das realidades ao redor.
Família e escola como mediadoras
Identificar na escola um agente propulsor desse conhecimento, é, de fato, uma forma de facilitar o acesso. No entanto, na outra ponta agem os pais que se comportam como referências. A parceria, família e escola, vai dando todas as condições para a exploração de um novo universo para uma cultura infantil.
Momentos de lazer são efetivos para essa produção, estimulando a pluralidade do saber. Viagens, idas ao museu, ao teatro, à bibliotecas são oportunidades catalisadoras, pois instigam o conhecimento por meio da curiosidade.
Cada idade compreende o conhecimento de uma forma, e é incentivado a reter a informação a partir de estímulos didáticos, imaginativos e perceptivos da experiência que estão vivendo. É aí que a escola entra como orientadora. Ao nutrir o diálogo com o corpo docente e as perspectivas pedagógicas, pais podem compreender a melhor forma de despertar essa vivência cultural.
Tente estreitar a comunicação da família com a instituição de ensino. Manifeste seu interesse – como família, pai, mãe e responsável – em incentivar o acesso à cultura como parte do processo educacional, e valorize a diversidade reconhecendo-a como parte essencial da formação do seu filho.