Máscara: contraindicada até 2 anos, fundamental para maiores
Embora exista um protocolo quase comum para todos, pais de crianças abaixo de dois anos devem ficar atentos a algumas particularidades
Já disseram que a máscara só deveria ser usada por infectados ou quem era da área de saúde. Depois, com as boas notícias de países como o Japão, que estava adotando seu uso para todos e com número de casos sem aumentar, começou a ser sugerida para todas as idades. Porém, um pequeno grupo continua proibido: o das crianças menores de 2 anos – além de pessoas com problemas respiratórios ou inconscientes. Essa contraindicação ao uso do equipamento por esse grupo partiu do Centro Norte-americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), já que os pequenos teriam maior dificuldade ou nenhuma habilidade para tirar a máscara sozinhas caso precisassem.
Outros motivos endossam o não uso do acessório por menores de 2 anos, como o fato de terem as vias respiratórias menores – com o uso da máscara, as crianças pequenas teriam mais dificuldade para receber o oxigênio. Além disso, por estarem em uma fase de descobertas, é bastante provável que o bebe coloque a mão em outros locais e no rosto ao mesmo tempo, além de ser um período de muita baba, saliva e nariz escorrendo.
Risco de sufocamento e contágio
A pediatra Patrícia Rezende, do grupo Prontobaby, lembra que a criança abaixo de dois anos não deve usar máscara porque existe um risco maior de sufocamento, pois podem não conseguir tirar do rosto se for necessário. “Mas deve ser avaliado os riscos e os benefícios de usar junto com o pediatra”, diz. Porém, esclarece, para além do uso ou não da máscara, a única forma de proteger mesmo é não saindo de casa, evitando aglomerações e lugares fechados.
Já o clínico geral Roberto Debski, que também é psicólogo, lembra, ainda, que antes de dois anos, por não terem um entendimento e cognição desenvolvidas, os pequenos provavelmente vão mexer constantemente na máscara, e esta acabaria não sendo efetiva, podendo, inclusive, aumentar o risco de contágio. “Para os menores de dois anos realmente não são recomendadas. E não apenas por não saberem manuseá-las sozinhos, mas também por ser difícil encontrar alguma que se encaixe no rostinho da crianças. Já para os maiores são fundamentais. Elas devem ser retiradas pelo elástico, sem manipular a sua parte frontal. E se a criança não souber fazer isso, os adultos devem fazê-lo para evitar que elas toquem de forma inadequada.
Estimule o uso das máscaras em crianças de forma lúdica
Mas mesmo para as crianças acima de dois anos, o uso da máscara nem sempre é fácil. A psicóloga e escritora Ellen Moraes Senra, que tem entre suas obras os livros “Feiurinha Sabe tudo” e “Josefino e o uso da rotina na busca de afeto e atenção parental”, comenta que, com um pouco de criatividade, os pais são capazes de transformar o que incomoda em algo divertido. “Se seu filho precisa usar a máscara, o primeiro ponto é torná-la bacana por meio de estampas. E como o responsável pela criança provavelmente estará com sua própria máscara, eles podem fazer de conta que estão indo juntos em uma missão, por exemplo. Afinal, quando nos distraímos, até mesmo nós, adultos, nos esquecemos do que estava nos incomodando. Ou seja, quando for usar a máscara, invente uma brincadeira onde os heróis precisam usar máscaras para se proteger e tente inserir um contexto real na brincadeira. Isso fará com que a criança não veja só a obrigatoriedade”, pontua.
Já na hora de ensinar a manusear a máscara, já que são inúmeras as recomendações, mais brincadeiras. “As crianças não têm real entendimento do que está acontecendo no mundo. Por isso, até na hora tirar e colocar, o uso da ludicidade pode ajudar. Diga que os inimigos são invisíveis aos olhos, mas que procuram uma maneira de entrar em contato com o rosto fazendo com ele perca a batalha. Então, você explica como colocar e como retirar, sempre frisando que a maneira de colocar e retirar deve ser aquela para que o inimigo não os derrote. Isso ajudará no entendimento e também no comprometimento da criança”, conclui.
A melhor opção ainda é ficar em casa
A regra de ouro continua sendo evitar ao máximo sair de casa. Mas caso seja realmente necessário, procure manter no mínimo 2 metros de distância de outras pessoas e lavar regularmente as mãos dos pequeninos. E se a necessidade de sair passar pela ida ao pediatra, converse com o profissional que atende seu filho e veja a possibilidade de realizar a consulta por telemedicina, um atendimento virtual que tem sido o escolhido nesses tempo de pandemia.
Cuidados com o uso da máscara é importante para não haver contágio
E um último aviso importante: “se as máscaras forem descartáveis, ao final do uso, devemos colocá-las em um saco plástico ou em uma folha de papel dobrada e descartá-la a seguir no lixo, não ficando dentro de casa. Se forem reutilizáveis, devem ser lavadas em água e sabão abundante, ou água sanitária, deixar secar e passar com ferro quente. Assim estarão prontas para o uso novamente”, explica Roberto Debski. Vale lembrar também que as máscaras devem ser usadas no máximo por 2 a 4 horas, quando precisarão ser trocadas por outras novas, pois perdem sua eficácia após esse período devido à umidade.
Grasiela Camargo
Publicitária, fundadora e CEO no Clubinho de Ofertas. Mineira, mãe da Júlia, que inspirou o site. Apaixonada por cultura e por descontos, acredita no poder da cultura e do lazer no desenvolvimento cognitivo das crianças.