Vamos falar sobre adoção?
Muitos temas relacionados à família ainda são tratados como um tabu. Daqueles que as pessoas evitam expor e por isso acabam envoltos em muita desinformação. É o caso, por exemplo, da adoção de filhos.
Para muitas famílias, adotar uma criança é um processo repleto de receios e tratado como uma intimidade velada. O que torna a atitude um tanto quanto desafiadora, que esbarra em obstáculos inconvenientes que só afastam (e amedrontam) aqueles com amor para dar daqueles que o esperam.
Este é o caso de milhares de crianças brasileiras no aguardo por um lar tranquilo e seguro para garantir uma infância feliz.
No Brasil, estima-se que cerca de 9 mil crianças e adolescente estejam na fila de adoção no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O mesmo cadastro registra cerca de 42 mil pretendentes a pais e mães.
Mas afinal, por que esta conta não fecha?
Infelizmente, muitos são o entraves burocráticos que envolvem o processo de adoção. Muitos deles garantem a segurança e os direitos dessas crianças e suas famílias. Outros, também refletem uma ausência estrutural e tecnológica que consiga atender com eficiência as demandas de um país no tamanho do Brasil.
O fato é que, além desses entraves, existe ainda uma imensa necessidade de quebrar preconceitos e mitos sobre a adoção de crianças. A realidade demonstra a urgência na promoção de políticas públicas que apoiem a sensibilização à adoção de forma a mudar o quadro comportamental de quem busca por um filho.
Muitas crianças em instituições de acolhimento correm contra o tempo para que não saiam do perfil visto como ideal por muitas famílias. Especialistas apontam que a maioria dos adotantes buscam crianças menores de oito anos e com traços físicos semelhantes aos pais adotivos.
Parte dessa conduta está atrelada à consolidação de ideias que levam à discriminação da atitude de adotar. Infelizmente, muitas pessoas acreditam que adoção de crianças é reflexo de um “fracasso” de quem não pode ter filhos naturais. E também, que crianças adotivas são sinônimo de problema por possuírem uma história e uma formação anterior.
É por isso que muitas famílias ainda tratam do assunto como um segredo ou uma vergonha.
A chave está no respeito, no amor e no diálogo.
Independente da estrutura familiar, sejam filhos adotivos ou naturais, pais casados ou separados, filhos homens ou filhas mulheres, a força da família está na valorização das diferenças como parte do amor. É preciso encarar que cada pessoa carrega sua própria personalidade, aparência e história de forma independente. Por isso, é tão fundamental que a relação entre pais e filhos esteja baseada no diálogo constante e na empatia. A família tem por base ser o apoio e porto seguro de quem se ama, e para o amor não existe razão ou regra.
Basta um coração aberto para que qualquer desafio seja superado. Já pensou sobre isto?